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INTRUSA[S]

Uma mulher corre pelas ruas de uma cidade. Mas percebemos que ela não sai do lugar. Seu esforço é em vão. Vemos uma mão que tenta impedi-la, depois outra, que tenta tocá-la e outra mais violenta, ameaçadora. A princípio vemos que a mulher não consegue correr mas não sabemos o motivo. Só depois é que vemos as mãos e compreendemos o boicote que ela está sofrendo. Pretende trazer à tona a sensação de impotência que muitas mulheres sentem, seja no esporte, seja nas ruas, seja dentro de casa.

 

A obra é inspirada na história de Kathrine Switzer, a primeira mulher a correr oficialmente a maratona de Boston. Ela sofreu a tentativa de impedimento por alguns homens e pelo diretor da corrida, que perguntou: "O que você está tentando provar?” ela respondeu. “Eu só estava tentando correr” (Makers [@makerswomen], 2012).

 

A imagem de Kathrine Switzer sendo empurrada é extremamente violenta e mesmo que ela tenha, felizmente, conseguido terminar a maratona, imagino seu estado emocional durante a corrida e mesmo depois. São marcas que permanecem.

 

Intrusa[s] reflete não apenas este evento, mas todos aqueles em que mulheres foram acusadas de invadir lugares ditos exclusivamente masculinos e que tiveram seus corpos invadidos por mãos masculinas, seja no mundo do esporte, no trabalho ou na vida cotidiana.

intrusa[s]
CONCEITO

O corpo feminino como objeto, disponível para ser tocado, manipulado por mãos masculinas, vai além das pistas de corrida. No universo do esporte, têm vindo à tona relatos de assédio, o que por muitos anos foi normalizado.

 

Quem são as intrusas? As mulheres, em um lugar totalmente dominado pelos homens? Ou as mãos masculinas, que invadem os corpos femininos? Este título também remete a filmes de terror, nos quais a imagem feminina é bastante estereotipada.

 

Intrusas também são as vozes que ditam quem é que pode o quê.

FICHA TÉCNICA

realização Cristina Cavalcanti

imagens Cottombro Studio

montagem e sonorização Rodrigo Menck

colaboração Matilde Dias

 

AGRADECIMENTOS

Renata Ferraz e colegas do Laboratório de Investigação e Criação Partilhada (UBI)

Jorge Santos, do Museu Nacional do Desporto de Lisboa

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